top of page

RAP: a voz do povo

A expressão rap é de origem inglesa e significa Rhythm and Poetry, traduzindo para o português, ritmo e poesia. Este estilo musical surgiu originalmente na Jamaica durante a década de 1960 e foi levado aos Estados Unidos, onde se popularizou principalmente nos bairros pobres de Nova Iorque, no começo da década de 1970. Jovens de origem negra, em busca de uma nova demanda rítmica, inclusive dança, deram um significativo impulso ao rap. 

 

O surgimento do rap enquanto expressão musical sempre foi voltada para denunciar as injustiças sofridas pelas populações marginalizadas e como uma forma de conscientização dessa camada da sociedade, principalmente devido ao momento histórico da luta negra norte-americana que os mesmos estavam vivendo. 

 

As décadas de 60 e 70 foram marcadas pelo chamado: movimento de luta dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. De acordo com a professora de história, Fabiana Barreto, esse movimento teve como pontapé inicial a recusa por parte da ativista Rosa Parks de ceder seu lugar a um homem branco no ônibus, prática obrigatória de acordo com as leis segregacionistas daquele estado.

rap.png

Infográfico: Fernanda Santos

Diante deste cenário, o rap surgiu como ferramenta de resistência entre os jovens, que em suas letras que versavam sobre os obstáculos enfrentados pelos miseráveis dos guetos das grandes metrópoles, contagiando a população sofrida dos subúrbios norte-americanos. O cenário musical do rap só foi ganhar destaque no Brasil no ano de 1986, precisamente na cidade de São Paulo. Com os músicos do Racionais MC’s e do DMN, o estilo se popularizou entre os brasileiros. O grupo Racionais Mc’s ficou popularmente conhecido no Brasil por inspirar e incentivar os jovens das favelas e das periferias a se afastar da criminalidade, com mensagens marcantes de luta e superação em suas letras. 

O rapper campineiro Vinícius Alves, de 24 anos, conhecido musicalmente como Vb Jordan, cita como sua maior referência musical o grupo Racionais MC’s: “Foram os primeiros que eu ouvi, e desde então nunca mais parei. Minhas origens no rap são eles”. 

O cantor iniciou sua carreira no mundo da música desde muito novo, enquanto cantava no coral da igreja. No ano de 2017, Vinicius escreveu sua primeira letra,e desde então descobriu seu sentido de vida. O músico também relata que todo o processo de crescer na música é muito difícil, mas sempre há ótimos retornos que fazem tudo valer a pena.
 

Já o rapper mineiro de 25 anos, Maurício Querino, conhecido como Mamauzim, iniciou sua carreira no ano de 2019 em plena pandemia. O músico define o rap como superação, superação dos mais pobres que hoje podem falar abertamente sobre suas lutas sem medo de repressão por parte da sociedade. 

O cantor também entende que o rap e a popularização desse estilo musical trouxe oportunidades e esperança para os marginalizados pela sociedade: “Antes, cabelo colorido, risco na sobrancelha e o óculos Juliete eram motivos de chacota e vergonha. Hoje todos querem se vestir assim, pois o rap agora é visto com bons olhos. O rap é oportunidade.”

Rafael Pereira da Silva, de 29 anos, é conhecido pelo seu nome artístico Yn Cem na cena do rap de Santa Bárbara D Oeste. Aos 13 anos, Rafael decidiu que queria ser MC após assistir um clipe musical do artista 50 Cent, com quem  se identificou logo de cara. 

Além de cantor, Rafael também é produtor musical, compositor e designer gráfico. Ele identifica que o maior obstáculo enquanto rapper é a questão financeira. Ser artista independente exige que se tenha apoio financeiro, que para o rapper, está sendo muito difícil de conseguir na região de Campinas. “Tem uma galera muito boa que faz rap aqui em Campinas, mas quem patrocina e coloca dinheiro nas casas não quer pagar os MC’s, assim fica difícil.”

 

Para o professor de filosofia e youtuber com enfoque no rap, Moisés de Oliveira, a filosofia e o rap se encontram em um lugar específico: nas ruas. Para o professor, o rap possui o mesmo intuito que o samba teve um dia, de ser uma grande voz das demandas populares que não possuem  voz. Moisés também relaciona a filosofia e o rap com o poder que ambos possuem de despertar o “espanto” com a realidade, que acabam influenciando positivamente a vida de muitos jovens. 

Galeria de Fotos:

Para acessar o conteúdo musical dos entrevistados, acesse:

Vb Jordan: 
Mamauzim: 
YN Cem: 

  • Instagram
  • Facebook
  • Twitter

© 2023 by The New Frontier. Proudly created with Wix.com

bottom of page